Serão oferecidas 500 bolsas para estudantes de mestrado e doutorado. Projetos conjuntos de pesquisa terão investimento de mais de R$ 120 milhões
O Ministro de Estado da Educação, Camilo Santana, anunciou nesta quarta-feira, 13 de março, dois novos programas na área da educação superior, para integração educacional entre o Brasil e os países da América Latina e do Caribe, com investimento de mais de R$ 120 milhões. O primeiro será realizado pelo Ministério da Educação (MEC), em parceria com a Associação de Universidades do Grupo de Montevidéu, para apoiar projetos conjuntos de pesquisa. O outro programa se chama Mova La América, que oferecerá 500 bolsas de mestrado e doutorado. Os programas serão coordenados pela Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Os anúncios foram feitos durante a abertura oficial da maior reunião da educação superior da América Latina e do Caribe: CRES+5 — reunião de prosseguimento da III Conferência Regional de Educação Superior da América Latina e Caribe (CRES 2018).
No primeiro programa, o MEC vai investir R$ 102 milhões, ao longo de oito anos, em instituições que fazem parte da Associação Regional de Universidades Grupo Montevidéu (AUGM). O grupo reúne 41 universidades do Brasil, da Argentina, da Bolívia, do Chile, do Uruguai e do Paraguai. No segundo programa, Mova La América, serão investidos R$ 20 milhões para a oferta de 500 bolsas de estudos de mestrado e doutorado, para estudantes que queiram fazer estágios em instituições federais brasileiras, com foco na internacionalização educacional. Por fim, Camilo Santana reforçou que o investimento na ampliação e melhoria da educação superior no Brasil não é uma opção, mas sim um imperativo.
“Para quem está no mestrado, as bolsas serão de 6 meses; e no doutorado, de 12 meses. Vamos investir mais de R$ 20 milhões, mas com certeza vamos ganhar muito mais, porque a internacionalização começa em casa. Vamos tornar os laboratórios e as salas de aula da pós-graduação brasileira ainda mais ricas, à medida que nela estejam presentes mais estudantes da nossa região”, informou Camilo Santana.
Segundo o Ministro, a implementação desses dois programas será marcada pelo princípio da cooperação solidária, em que em todas as partes se respeitam de maneira horizontal. “Com essa ideia, concluo que o conhecimento é um bem valioso, mas ele só cumpre o seu papel para o bem viver da nossa sociedade se as instituições e as políticas públicas permitirem que o conhecimento não se torne ele mesmo um produtor de novas desigualdades. Daí a importância da democratização dos espaços de produção e reprodução do conhecimento e do seu papel central como bem público, na garantia dos direitos humanos e dos exercícios da cidadania”, afirmou.
Camilo Santana também recordou que os esforços de expansão das universidades federais para o interior do território nacional começaram somente há cerca de duas décadas, sob a liderança do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, considerado pelo Ministro da Educação o presidente brasileiro que mais investiu na educação superior do País. “Acredito que o que vale para o Brasil vale também, com ajustes, para o conjunto de nossa região. Além do esforço em prol do acesso ampliado, em prol da qualidade do ensino, estamos agora mais engajados do que nunca na luta pela equidade da educação, porque, em uma democracia, acesso e qualidade valem mesmo quando são estendidos a todos, sem distinção de gênero, origem, raça, etnia ou de região”, disse.
A CRES+5 ocorrerá até 15 de março e é promovida pelo MEC — por meio da Secretaria de Educação Superior (Sesu) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) —, em parceria com o Instituto Internacional da UNESCO para a Educação Superior na América Latina e no Caribe (UNESCO-IESALC) e com o Espaço Latino-Americano e Caribenho de Educação Superior (Enlaces).
Cerimônia – A abertura do evento, que ocorreu no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), em Brasília (DF), foi marcada pela apresentação dos músicos do Clube do Choro, que tocaram o hino do Brasil e músicas clássicas do chorinho brasileiro. Além disso, foi exibido um vídeo sobre a CRES+5. Mais de 1.500 participantes da comunidade acadêmica de mais de 35 países estavam presentes, incluindo representantes da América Latina, do Caribe, da Ásia, da África e da Europa.
A Ministra de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, também compareceu à abertura e destacou que a ciência, por meio da pesquisa científica, além de outras áreas de conhecimento, gera conhecimento em todas as regiões. “O Brasil apresenta um sistema robusto de pesquisa e pós-graduação, que possibilitou avanços importantes na formação de recursos humanos e na criação da produção científica nacional”, disse.
Para a Ministra, esses três dias de evento “serão de fundamental importância para discussão de questões relacionadas à inovação, à pesquisa científica e à tecnologia, frente ao desenvolvimento regional e aos demais assuntos referentes a um ensino superior como paradigma”.
A diretora da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) no Brasil, Marlova Noleto, afirmou que esse era um encontro regional de extrema importância para discutir os rumos da educação superior e o seu papel fundamental dentro do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) nº 4 das Nações Unidas, que preconiza uma educação inclusiva e equitativa. “Não podemos esquecer que, dentro do ODS 4, nós temos a meta voltada para assegurar a igualdade de acesso para todos os homens e mulheres; e a educação técnica profissional e superior de qualidade a preços acessíveis, incluindo a universidade”, observou.
A diretora-geral adjunta de Educação da UNESCO, Stefania Giannini, não pôde estar presente na reunião, mas enviou um vídeo de saudação, preparado especialmente para o evento. Ela afirmou que se sente honrada em participar da Conferência e agradeceu ao governo brasileiro pelo seu firme apoio à educação superior e à integração regional. “Confio muito que as discussões desses dias nos darão valiosas perspectivas, para desenvolver uma estratégia regional e internacional”, comentou.
O Presidente do Enlaces, Oscar Domingues, disse que esse é um espaço para troca de conhecimentos entre os ecossistemas da educação superior na América Latina e no Caribe. “Uma oportunidade para troca de conhecimentos, reflexões e esforços pelo desenvolvimento da educação superior. Nos reunimos para pensar o futuro da educação superior na região”, falou.
Participantes – Também participaram da abertura da CRES+5 no dispositivo de honra a secretária-executiva do MEC, Isolda Cella; o secretário de Educação Superior do MEC, Alexandre Brasil; a presidente da Capes, Denise Pires Carvalho; o Ministro de Educação Superior de Cuba, Walter Baluja García; o embaixador de Cuba no Brasil, Adolfo Curbelo; o diretor do UNESCO-IESALC, Francesc Pedró; o presidente da Organização Continental Latino-Americana e Caribenha de Estudantes (Oclae), Miguel Ángel Machado Rojas; a representante da Oclae no Brasil, Amanda Harumy; o presidente da Associação de Universidades do Grupo Montevidéu, Osvaldo Corrales, além de autoridades e da comunidade acadêmica de países da América Latina e do Caribe.
CRES+5 – A CRES+5 é promovida pelo Ministério da Educação (MEC), por meio da Secretaria de Educação Superior (Sesu) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), em parceria com o Instituto Internacional da UNESCO para a Educação Superior na América Latina e no Caribe (UNESCO-IESALC) e com o Espaço Latino-Americano e Caribenho de Educação Superior (Enlaces).
As atividades continuam até a próxima sexta-feira, 15 de março, e contam com simpósios, mesas-redondas, palestras e outras programações. No último dia, serão finalizadas as análises e as redações de cada um dos eixos temáticos — realizadas desde agosto de 2023 pelos Grupos de Trabalho (GTs) —, assim como a redação da Minuta de Declaração da Conferência.
Fonte: Assessoria de Comunicação Social do MEC
Foto ilustrativa de capa: Luis Fortes/MEC