Dados sobre os indicadores foram detalhados em webinário e estão disponíveis no portal do Inep
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou, nesta terça-feira, 2 de abril, os resultados de três Indicadores de Qualidade da Educação Superior 2022. Foram detalhadas informações a respeito do Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado (IDD); do Conceito Preliminar de Curso (CPC); e do Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição (IGC). Eles integram o conjunto de procedimentos e instrumentos avaliativos previstos na Lei do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), que completa 20 anos neste mês de abril. O Conceito Enade, que também faz parte desta cesta de indicadores, foi divulgado em outubro de 2023.
- A apresentação dos resultados ocorreu em webinário, com transmissão pelo canal do Inep no YouTube (disponível na íntegra).
Esses indicadores são diretamente relacionados ao ciclo avaliativo do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2022. Na edição, o Enade avaliou os seguintes cursos: bacharelado das áreas de administração; administração pública; ciências contábeis; ciências econômicas; direito; jornalismo; psicologia; publicidade e propaganda; relações internacionais; secretariado executivo; serviço social; teologia e turismo. Também foram avaliados os cursos superiores de tecnologia das áreas de comércio exterior; design de interiores; design gráfico; design de moda; gastronomia; gestão comercial; gestão da qualidade; gestão pública; gestão de recursos humanos; gestão financeira; logística; marketing e processos gerenciais.
Os resultados abrangem uma amostra de 7.569 cursos com o IDD calculado, 8.934 cursos com CPC e 1.998 instituições avaliadas com o IGC. Ao longo dos três anos referentes ao último ciclo avaliativo do Enade (2019, 2021, 2022), mais de 25 mil cursos foram avaliados – o exame foi adiado, em 2020, em função da pandemia. Também são levados em consideração mais de 5 mil cursos de mestrado e doutorado.
IDD – O Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado (IDD) busca mensurar o valor agregado pelo curso, ao considerar os resultados dos estudantes no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), ao fim da graduação, e o desempenho, no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), dos mesmos estudantes quando eram ingressantes na educação superior. Ao considerar a categoria administrativa das instituições (pública ou privada), nota-se que as instituições públicas federais e estaduais, bem como as comunitárias possuem mais de 30% dos cursos nas faixas superiores do IDD (4 e 5).
CPC – O Conceito Preliminar de Curso (CPC) combina diferentes aspectos, como desempenho dos estudantes; valor agregado pelo curso; corpo docente; e condições oferecidas para o desenvolvimento do processo formativo.
- Dos cursos de graduação com CPC calculado, 35,9% (3.208) tiveram desempenho entre as faixas 4 e 5 do indicador. 54,4% (4.861) obtiveram notas médias (3) e, para além disso, 9,5% (848) e 0,2% (17) ficaram nas faixas 2 e 1, respectivamente.
Os resultados mostram uma tendência de crescimento no número de docentes com mestrado e doutorado nas instituições de ensino, além de uma avaliação positiva, pelos estudantes, das condições de oferta dos cursos de graduação, vinculadas à organização didático-pedagógica, à infraestrutura e instalações físicas e às oportunidades de ampliação da formação acadêmica e profissional. Para o diretor de Avaliação da Educação Superior do Inep, Ulysses Teixeira, “este cenário dialoga com os resultados do CPC, tendo em vista que a proporção de doutores está representada nas diferentes faixas do indicador, podendo-se perceber que os cursos com melhor desempenho dos estudantes no Enade também têm melhores notas relacionadas ao corpo docente e às condições de oferta. Na faixa 1, por exemplo, 94% dos cursos têm, no máximo, 25% de professores com doutorado. Já na faixa 5, 47,9% dos cursos possuem, pelo menos, 75% de docentes doutores”.
IGC – O Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição (IGC) é resultado da avaliação das instituições de educação superior e corresponde à média das notas do CPC (cursos de graduação) e dos conceitos CAPES dos cursos de programas referentes às pós-graduação stricto sensu, ponderadas pelo número de matrículas de cada curso.
- Das instituições com IGC calculado, 27,7% (554) tiveram desempenho entre as faixas 4 e 5 do indicador. 60,3% obtiveram nota 3 e, para além disso, 11,7% (234) e 0,3% (6) ficaram nas faixas 2 e 1, respectivamente.
Ao analisar o comportamento das instituições no IGC tendo como referência a oferta de pós-graduação stricto-sensu, nota-se que nenhuma instituição que oferta cursos de mestrado ou doutorado ficou na faixa 1 do indicador. Por outro lado, as instituições com mais programas dessa natureza se concentram nas faixas superiores (4 e 5). “O que leva a crer que a pós-graduação leva a uma maturidade institucional relevante, que reverbera na graduação”, avalia Ulysses Teixeira.
Dentre as diferentes categorias administrativas, destacaram-se as instituições públicas federais. Ao todo, 94 das 11 avaliadas obtiveram IGC 4 ou 5 e nenhuma ficou nas faixas 1 e 2 do indicador. Na comparação histórica, as instituições comunitárias conseguiram aumentar de 31 para 39 instituições nas faixas 4 e 5 entre 2018 e 2022. Já as privadas com fins lucrativos, que representam 53% (1.503) das avaliadas, aumentaram de 183 para 215 instituições com IGC igual a 4 ou 5, no mesmo período.
Aperfeiçoamento dos indicadores – O Inep tem mobilizado as instituições de ensino para a discussão, participação e contribuição na construção coletiva contínua de melhorias para o Sinaes. No webinário também foram discutidas propostas para o desenvolvimento de uma cesta de indicadores que permita acompanhar as características específicas dos cursos e as diferentes missões institucionais.
Há estudos iniciados, no sentido de verificar a possibilidade de medir e monitorar outras características da educação superior, como a eficiência das instituições (preenchimento de vagas, permanência, conclusão); o acompanhamento dos egressos; as condições de oferta específicas de cursos EaD; ou a produção de indicadores por área de conhecimento.
Assista ao webinário na íntegra
Acesse a apresentação com os principais destaques sobre os resultados
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Saiba mais sobre os Indicadores de Qualidade da Educação Superior
Fonte: Assessoria de Comunicação Social do MEC, com informações do Inep
Foto de capa: Reprodução/INEP