Com o início da aplicação da primeira dose da vacina contra covid-19 aos profissionais da Educação, estados têm planejado retomar e ampliar as aulas presenciais no segundo semestre. Levantamento feito pelo UOL com as secretarias estaduais apontou que oito estados mais o Distrito Federal já pretendem aplicar mudanças nas escolas da rede.
As escolas das redes estaduais do Ceará, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso, Piauí e Rio Grande do Norte já planejam o retorno presencial das aulas. Hoje, os alunos têm aula via plataformas, Whatsapp ou com a ajuda de materiais impressos.
Já as escolas de São Paulo vão ampliar as aulas presenciais. Hoje, a rede autoriza as unidades a receberem 35% dos matriculados dentro da sala de aula, mas em agosto elas poderão receber o número de estudantes de acordo com a capacidade física.
O tema também passou a ser defendido pelo MEC (Ministério da Educação). Na quinta-feira, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, defendeu o retorno urgente das aulas presenciais durante a Comissão Temporária da covid-19, no Senado. O chefe da pasta falou ainda sobre a importância de aprovar o projeto de lei que torna a educação básica e superior como um serviço essencial.
Por outro lado, professores e sindicatos das categorias afirmam que o retorno seguro só deve acontecer após imunização completa dos funcionários. São necessárias duas doses das três vacinas disponibilizadas no Brasil, exceto a Janssen, para uma proteção completa. Além disso, é preciso esperar no mínimo 15 dias após a segunda dose para haver resposta imunológica.
Para driblar esse problema, o Distrito Federal passou a imunizar os profissionais da área com a vacina da Janssen, que necessita de dose única. No entanto, o Sindicato de Professores do DF afirma que outros funcionários já tomaram a primeira de outro imunizante e não estarão protegidos até agosto.
A estrutura das escolas é um outro ponto discutido pelos representantes da categoria. Especialistas apontam a necessidade de salas com boa renovação de ar, espaços abertos para alimentação dos alunos e oferecimento de máscaras PFF2, consideradas mais eficazes na contenção do novo coronavírus.
“É preciso considerar que, de acordo com pesquisa recente do Instituto de Arquitetos do Brasil, parte considerável das escolas públicas não apresenta as condições para uma volta segura. Será preciso pensar soluções, seja por meio de reformas e adaptações, seja pela redução do número de estudantes por sala de aula.”
O Rio de Janeiro e outros sete estados manterão as mesmas regras do ensino presencial para agosto. “A possibilidade de atividades presenciais estará sempre condicionada ao bandeiramento [fase de medidas restritivas] do estado”, explicou a rede estadual do Rio.
Outros dez estados afirmam que, por enquanto, manterão o ensino remoto no segundo semestre. As escolas estaduais da Bahia não estão autorizadas para o presencial, mas as redes municipais e particulares foram liberadas para o formato na terça-feira (29).
“Para que isso ocorra, é necessário que a taxa de ocupação de leitos de UTI [Unidade de Tratamento Intensivo] covid-19 esteja abaixo de 75%, por cinco dias consecutivos, nas regiões de saúde”, disse, em nota, a Secretaria de Educação.
Na Paraíba, os alunos da rede estão no ensino remoto desde março do ano passado, quando teve início a pandemia de covid-19. A pasta da Educação afirmou que apenas em agosto será tomada uma decisão sobre o retorno presencial.
Profissionais aguardam segunda dose da vacina
O UOL confirmou com todos os estados e o Distrito Federal que a vacinação contra covid-19 para profissionais da Educação já teve início. Cada região tem seguido um tipo de regra para iniciar a imunização.