Em entrevista ao UOL News, a deputada federal Tabata Amaral avaliou que o apagão do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), que derrubou as plataformas Lattes e Carlos Chagas, “reflete o desinvestimento e sucateamento da pesquisa” no Brasil. Ela também criticou a ausência de um plano alternativo, para evitar que casos como esse aconteçam, e pediu explicações ao Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI).
Em vídeo publicado ontem, o ministro Marcos Pontes, do MCTI, disse que o problema já está sendo resolvido, e que os pesquisadores não devem se preocupar. Segundo Pontes, não houve perda de dados, nem haverá prejuízos para pagamento de bolsas.
Na avaliação da deputada, o caso reflete o desinteresse em investimento na segurança da plataforma, como na educação em geral. “Deveria haver uma checagem. Se o equipamento estava velho, fora de validade, uma troca”.
Ainda segundo Tabata, o apagão no sistema do CNPq pode trazer danos graves para a pesquisa, não só no que se refere à plataforma Lattes. “A minha sensação é que a gente está destruindo muito rapidamente tudo o que a gente tinha na pesquisa no Brasil. Você perde dados de uma pesquisa, de uma plataforma, que são anos para reconstruir. Por isso, fiz questão de questionar o Ministério”.
A deputada Tabata Amaral questionou o Ministério sobre o prazo para o retorno da plataforma, que até hoje de manhã ainda estava fora do ar. Ela quer entender como o fato poderia ter sido evitado, por que não evitaram, e o que vão fazer para que isso não aconteça novamente.
“Porque são pesquisas que dependem desses dados, que não só podem ser paralisadas, mas ter que recomeçar do zero. Quem perde é o nosso país, inclusive em desenvolvimento econômico”.